“Há inúmeras religiões – grandes, médias e pequenas – no
mundo inteiro. Entretanto, todos pensam que sua religião é a melhor e,
logicamente, considerando as demais de nível inferior, advertem insistentemente
os adeptos para não terem nenhum contacto com elas. Dizem que as outras
religiões provêm do demônio, que se deve temer o castigo de Deus e, ainda, que
não se obterá a salvação seguindo a dois senhores.”
O maior problema relativo a isto
é quando um credo considera a sua religião como verdadeira, única e a melhor.
Espiritualmente isso é aceito, pois é algo realizado a partir da sinceridade,
mas materialmente trás grandes problemas, pois gera conflitos, inibindo a
existência de uma vida paradisíaca em terra, gerando infelicidade e tristeza em
diferentes escalas.
Portanto para Meishu-sama, todos
os fieis devem realizar contatos com outras religiões, pois o conhecimento só é
gerado a partir da pesquisa e experiência e dessa forma, ele destaca que para o
verdadeiro Deus, o mais importante é a pessoa ser salva e ser tornar feliz, e
não se prender a um dogma.
Indo diretamente ao ensinamento...
No Japão, a liberdade religiosa só foi alcançada após a
promulgação da nova Constituição. Não é disso, porém, que vou tratar; pretendo
discorrer sobre a liberdade na própria Fé.
Há inúmeras religiões – grandes, médias e pequenas – no
mundo inteiro. Entretanto, todos pensam que sua religião é a melhor e,
logicamente, considerando as demais de nível inferior, advertem insistentemente
os adeptos para não terem nenhum contacto com elas. Dizem que as outras
religiões provêm do demônio, que se deve temer o castigo de Deus e, ainda, que
não se obterá a salvação seguindo a dois senhores.
Essas atitudes dependem de cada religião. Existem as que são
muito rigorosas e cujos missionários procuram impedir o relacionamento dos
adeptos com outros credos. Algumas até intimidam as pessoas dizendo-lhes coisas
atemorizantes, como, por exemplo, que, se mudarem de fé, lhes advirão grandes
desgraças, sofrerão doenças graves, perda da própria vida ou da família
inteira, etc. É a costumeira tática utilizada pelas falsas religiões. Se nos
basearmos no senso comum, perceberemos que tudo não passa de tolice, mas
geralmente as pessoas se deixam influenciar, ficando indecisas. E isso não
ocorre apenas com as religiões novas; mesmo nas religiões antigas e dignas de
respeito acontecem fatos semelhantes, o que é incompreensível. Analisando bem,
podemos concluir que o pensamento liberal não se restringe às áreas políticas e
sociais. Parece-nos que os grilhões do pensamento despótico persistem também
nas religiões.
Sendo como discorri acima, devo dizer, a respeito da
liberdade em Religião, que promover vantagens para a Igreja em detrimento dos
fiéis, cerceando sua vontade, é um abuso que atinge as raias do absurdo. Além
do mais, empregar para isso a ameaça verbal, é algo que, a essas alturas, pode
ser considerado uma imperdoável chantagem religiosa. Como ilustração, citarei o
que tive ensejo de ouvir de uma pessoa: “Há muito tempo sou adepto fervoroso de
determinada religião, mas vivo constantemente enfermo e não consigo livrar-me
do sofrimento causado pela pobreza. Por esse motivo, fui perdendo a fé e
resolvi abandoná-la. Entretanto, quando participei ao ministro a decisão que
tomara, ele me disse coisas aterrorizantes. Sem saber como agir, venho pedir
conselhos ao senhor.” Eu expliquei a essa pessoa que aquela religião, sem
sombra de dúvida, era demoníaca e que o melhor seria deixá-la o quanto antes.
Exemplos como esses existem aos montes. O principal motivo
que leva as religiões a tomarem tais atitudes é o medo que elas têm de ver
diminuir o número de seus fiéis. Por outro lado, há uma razão que já se
registra desde eras remotas. Quando a religião se torna atuante e conhecida,
observa-se uma tendência para o aparecimento de imitações. Até mesmo com a
nossa Igreja ocorre esse fato. Nessas oportunidades, eu explico que as
religiões se assemelham aos cosméticos: quando são bem aceitos, surgem
imitações. Ora, se isto acontece, é uma prova de que o produto foi bem aceito
pelo povo. Portanto, ao invés de condenar o fato, devemos alegrar-nos com ele.
No cristianismo, parece que existe a mesma tendência, mas em
outro sentido. Referimo-nos à advertência sobre a vinda do Anticristo ou falso
salvador. Trata-se de uma advertência que apresenta não só pontos positivos
como também negativos, pois, caso apareça o verdadeiro Salvador, será fácil
confundi-lo com o falso, e muitas pessoas deixarão de ser salvas.
O mais grave, entretanto, é que muitos adeptos oferecem sua
ardorosa fé acreditando que a religião que professam é a melhor de todas. Como
são realmente sinceros, espiritualmente já estão salvos, e pessoalmente se
sentem satisfeitos. Mas isso não é o certo. A verdadeira felicidade consiste em
viver-se uma vida paradisíaca, em que a matéria esteja salva juntamente com o
espírito. Embora sejam crentes fervorosos, muitos desconhecem esse particular;
assim, é grande o número de pessoas que não conseguem se livrar da
infelicidade.
A propósito, quero fazer mais uma advertência. O motivo pelo
qual uma religião proíbe seus fiéis de terem contato com outras, talvez seja o
receio de que eles possam encontrar uma religião superior. Isso significa que
existe um ponto fraco nessa religião; portanto, os fiéis devem acautelar-se.
Nesse ponto, nossa Igreja é realmente liberal. Todos os messiânicos sabem que
até achamos muito útil o contato com outras religiões, porque, através das
pesquisas, estamos ampliando nosso campo de conhecimentos. Por conseguinte, se
acharem uma religião melhor que a Igreja Messiânica Mundial, podem converter-se
a ela a qualquer momento. Isso jamais constituirá um pecado. Para o Verdadeiro
Deus, o importante é a pessoa ser salva e tornar-se feliz.
8 de outubro de 1952
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