quinta-feira, 18 de agosto de 2016

LIBERDADE NA FÉ

 Segundo Meishu-sama, a liberdade de credo é um problema relativo a maioria das religiões:

“Há inúmeras religiões – grandes, médias e pequenas – no mundo inteiro. Entretanto, todos pensam que sua religião é a melhor e, logicamente, considerando as demais de nível inferior, advertem insistentemente os adeptos para não terem nenhum contacto com elas. Dizem que as outras religiões provêm do demônio, que se deve temer o castigo de Deus e, ainda, que não se obterá a salvação seguindo a dois senhores.”

 É colocado que boa parte desta questão está relacionada ao medo destas religiões perderem os seus fieis ou até mesmo, surgirem imitações de seu credo. Para Meishu-sama “as religiões se assemelham aos cosméticos: quando são bem aceitos, surgem imitações”, sendo isso, um motivo de alegria, pois mostra que a religião foi bem aceita pelo povo.
O maior problema relativo a isto é quando um credo considera a sua religião como verdadeira, única e a melhor. Espiritualmente isso é aceito, pois é algo realizado a partir da sinceridade, mas materialmente trás grandes problemas, pois gera conflitos, inibindo a existência de uma vida paradisíaca em terra, gerando infelicidade e tristeza em diferentes escalas.
Portanto para Meishu-sama, todos os fieis devem realizar contatos com outras religiões, pois o conhecimento só é gerado a partir da pesquisa e experiência e dessa forma, ele destaca que para o verdadeiro Deus, o mais importante é a pessoa ser salva e ser tornar feliz, e não se prender a um dogma.

Indo diretamente ao ensinamento...


No Japão, a liberdade religiosa só foi alcançada após a promulgação da nova Constituição. Não é disso, porém, que vou tratar; pretendo discorrer sobre a liberdade na própria Fé.
Há inúmeras religiões – grandes, médias e pequenas – no mundo inteiro. Entretanto, todos pensam que sua religião é a melhor e, logicamente, considerando as demais de nível inferior, advertem insistentemente os adeptos para não terem nenhum contacto com elas. Dizem que as outras religiões provêm do demônio, que se deve temer o castigo de Deus e, ainda, que não se obterá a salvação seguindo a dois senhores.
Essas atitudes dependem de cada religião. Existem as que são muito rigorosas e cujos missionários procuram impedir o relacionamento dos adeptos com outros credos. Algumas até intimidam as pessoas dizendo-lhes coisas atemorizantes, como, por exemplo, que, se mudarem de fé, lhes advirão grandes desgraças, sofrerão doenças graves, perda da própria vida ou da família inteira, etc. É a costumeira tática utilizada pelas falsas religiões. Se nos basearmos no senso comum, perceberemos que tudo não passa de tolice, mas geralmente as pessoas se deixam influenciar, ficando indecisas. E isso não ocorre apenas com as religiões novas; mesmo nas religiões antigas e dignas de respeito acontecem fatos semelhantes, o que é incompreensível. Analisando bem, podemos concluir que o pensamento liberal não se restringe às áreas políticas e sociais. Parece-nos que os grilhões do pensamento despótico persistem também nas religiões.
Sendo como discorri acima, devo dizer, a respeito da liberdade em Religião, que promover vantagens para a Igreja em detrimento dos fiéis, cerceando sua vontade, é um abuso que atinge as raias do absurdo. Além do mais, empregar para isso a ameaça verbal, é algo que, a essas alturas, pode ser considerado uma imperdoável chantagem religiosa. Como ilustração, citarei o que tive ensejo de ouvir de uma pessoa: “Há muito tempo sou adepto fervoroso de determinada religião, mas vivo constantemente enfermo e não consigo livrar-me do sofrimento causado pela pobreza. Por esse motivo, fui perdendo a fé e resolvi abandoná-la. Entretanto, quando participei ao ministro a decisão que tomara, ele me disse coisas aterrorizantes. Sem saber como agir, venho pedir conselhos ao senhor.” Eu expliquei a essa pessoa que aquela religião, sem sombra de dúvida, era demoníaca e que o melhor seria deixá-la o quanto antes.
Exemplos como esses existem aos montes. O principal motivo que leva as religiões a tomarem tais atitudes é o medo que elas têm de ver diminuir o número de seus fiéis. Por outro lado, há uma razão que já se registra desde eras remotas. Quando a religião se torna atuante e conhecida, observa-se uma tendência para o aparecimento de imitações. Até mesmo com a nossa Igreja ocorre esse fato. Nessas oportunidades, eu explico que as religiões se assemelham aos cosméticos: quando são bem aceitos, surgem imitações. Ora, se isto acontece, é uma prova de que o produto foi bem aceito pelo povo. Portanto, ao invés de condenar o fato, devemos alegrar-nos com ele.
No cristianismo, parece que existe a mesma tendência, mas em outro sentido. Referimo-nos à advertência sobre a vinda do Anticristo ou falso salvador. Trata-se de uma advertência que apresenta não só pontos positivos como também negativos, pois, caso apareça o verdadeiro Salvador, será fácil confundi-lo com o falso, e muitas pessoas deixarão de ser salvas.
O mais grave, entretanto, é que muitos adeptos oferecem sua ardorosa fé acreditando que a religião que professam é a melhor de todas. Como são realmente sinceros, espiritualmente já estão salvos, e pessoalmente se sentem satisfeitos. Mas isso não é o certo. A verdadeira felicidade consiste em viver-se uma vida paradisíaca, em que a matéria esteja salva juntamente com o espírito. Embora sejam crentes fervorosos, muitos desconhecem esse particular; assim, é grande o número de pessoas que não conseguem se livrar da infelicidade.
A propósito, quero fazer mais uma advertência. O motivo pelo qual uma religião proíbe seus fiéis de terem contato com outras, talvez seja o receio de que eles possam encontrar uma religião superior. Isso significa que existe um ponto fraco nessa religião; portanto, os fiéis devem acautelar-se. Nesse ponto, nossa Igreja é realmente liberal. Todos os messiânicos sabem que até achamos muito útil o contato com outras religiões, porque, através das pesquisas, estamos ampliando nosso campo de conhecimentos. Por conseguinte, se acharem uma religião melhor que a Igreja Messiânica Mundial, podem converter-se a ela a qualquer momento. Isso jamais constituirá um pecado. Para o Verdadeiro Deus, o importante é a pessoa ser salva e tornar-se feliz.

8 de outubro de 1952

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