terça-feira, 16 de agosto de 2016

RELIGIÃO PRAGMÁTICA


 Para Meishu-sama, “é necessário fundir a Religião e a vida prática, tornando-as íntimas e inseparáveis.” Para isso, é necessário agir de acordo com o senso comum, transformando a fé em algo imperceptível. Dessa forma, os bons atos vão vir a partir da naturalidade e não por uma questão religiosa.

Indo ao ensinamento....

O pragmatismo, doutrina sustentada inicialmente por Charles Sanders Peirce, famoso filósofo americano (1839-1914), chegou a ser uma filosofia de âmbito mundial, propagada por William James, que hoje é considerado seu criador. Dizem que pragmatismo significa utilidade prática; creio, entretanto, ser mais adequado aplicar o termo “ativismo”.
Acho desnecessário falar muito a respeito, porque se trata de uma teoria conhecida por todos aqueles que se interessam pela Filosofia. O que desejo falar agora, é sobre o pragmatismo religioso. Já me referi uma vez a esse tema, mas torno a abordá-lo, para melhor compreensão.
Quando falamos em ativismo religioso, temos a impressão de que todas as religiões estejam praticando ações de Fé. Todos conhecem propagandas por escrito, sermões verbais, orações, cultos, rituais religiosos, ascetismo e mortificações; infelizmente, porém, as religiões ainda não atingiram a vida prática. Em verdade, não passam de cultura mental.
O pragmatismo filosófico introduz a Filosofia na vida prática, acentuando, neste ponto, o caráter americano. Pretendo fazer o mesmo, com uma diferença: fundir a Religião e a vida prática, tornando-as íntimas e inseparáveis. Deixemos, pois, de ostentar virtudes, de isolar-nos, de ser teóricos como foram até hoje os religiosos, e sejamos iguais às pessoas comuns. Para tanto, é preciso que eliminemos toda afetação religiosa e procedamos sempre de acordo com o senso comum, a ponto de tornar a Fé imperceptível aos outros. Isso vem a ser a apropriação completa da Fé.
Com essa explicação, creio que puderam entender o que vem a ser ativismo religioso.

30 de maio de 1951

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