Indo ao ensinamento....
O pragmatismo, doutrina sustentada inicialmente por Charles
Sanders Peirce, famoso filósofo americano (1839-1914), chegou a ser uma
filosofia de âmbito mundial, propagada por William James, que hoje é
considerado seu criador. Dizem que pragmatismo significa utilidade prática;
creio, entretanto, ser mais adequado aplicar o termo “ativismo”.
Acho desnecessário falar muito a respeito, porque se trata
de uma teoria conhecida por todos aqueles que se interessam pela Filosofia. O
que desejo falar agora, é sobre o pragmatismo religioso. Já me referi uma vez a
esse tema, mas torno a abordá-lo, para melhor compreensão.
Quando falamos em ativismo religioso, temos a impressão de
que todas as religiões estejam praticando ações de Fé. Todos conhecem
propagandas por escrito, sermões verbais, orações, cultos, rituais religiosos,
ascetismo e mortificações; infelizmente, porém, as religiões ainda não
atingiram a vida prática. Em verdade, não passam de cultura mental.
O pragmatismo filosófico introduz a Filosofia na vida
prática, acentuando, neste ponto, o caráter americano. Pretendo fazer o mesmo,
com uma diferença: fundir a Religião e a
vida prática, tornando-as íntimas e inseparáveis. Deixemos, pois, de
ostentar virtudes, de isolar-nos, de ser teóricos como foram até hoje os
religiosos, e sejamos iguais às pessoas comuns. Para tanto, é preciso que eliminemos toda afetação religiosa e
procedamos sempre de acordo com o senso comum, a ponto de tornar a Fé
imperceptível aos outros. Isso vem a ser a apropriação completa da Fé.
Com essa explicação, creio que puderam entender o que vem a
ser ativismo religioso.
30 de maio de 1951
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