Para Meishu-sama a duvida e a
crença são inseparáveis.
“Quando estudamos seriamente as religiões, vemos que
muitas apresentam falhas. Portanto, antes de seguirmos uma crença, devemos
questioná-la bastante, desprender-nos de velhas ideologias e conceitos não
comprovados e examinar tudo minuciosamente, de modo que possamos ingressar numa
Fé que não apresente falhas. Assim, teremos certeza de que aquele é o nosso
caminho.”
Dessa
forma, a religião que tenta impedir os seus membros de possuírem dúvidas ou
frequentarem outras religiões apenas demonstra o seu temor por suas próprias
falhas e fragilidade dos seus princípios. Meishu-sama destaca que espíritos
malignos também podem promover milagres, iludindo os menos esclarecidos e os
aprisionando em dogmas e superstições. Mas isso tem resultados que se
manifestam segundo Meishu-sama a partir de “sofrimentos sem solução, que muitos
interpretam, erroneamente, como provações necessárias a que estão sendo
submetidos.”
Sendo assim, o objetivo da fé
deve se exclusivamente Deus. Dessa forma possuiremos luz que dissipara as
máculas do nosso corpo e alma. Quando nossa fé é movida por algum tipo de
vantagem, acreditaremos em quaisquer coisas, sendo influenciados por espíritos
malignos que nos pervertem e degeneram.
Indo para o ensinamento...
Chu-tzu, sábio chinês (1130-1200), afirma que a dúvida é o princípio da crença. É a pura verdade.
No mundo atual, existe um grande número de religiões, a maioria das quais baseada em falsidades. Muitas adoram ídolos e até animais, sem o saberem. Pouquíssimas dirigem sua adoração diretamente a Deus, o Criador do Universo.
Digo sempre que a crença deve ser precedida do máximo de dúvida. Há caminhos religiosos que, embora não possam ser considerados falsos, são crenças de tipo inferior, pois não têm Deus como objetivo da fé.
Quando estudamos seriamente as religiões, vemos que muitas apresentam falhas. Portanto, antes de seguirmos uma crença, devemos questioná-la bastante, desprender-nos de velhas ideologias e conceitos não comprovados e examinar tudo minuciosamente, de modo que possamos ingressar numa Fé que não apresente falhas. Assim, teremos certeza de que aquele é o nosso caminho.
Existem seitas que pregam a necessidade de primeiramente crer para depois alcançar graças. Ora, crer antes de ter certeza, é o mesmo que enganar a si próprio. A meu ver, o procedimento correto é, antes de mais nada, experimentar ou limitar-se à observação e análise dos princípios e ensinamentos: verificar se eles são corretos e se há milagres (o que prova a atuação da Força Divina), para sentir se o novo caminho é digno de ser seguido como Verdadeira Religião.
Sabemos de seitas que tentam impedir que seus seguidores conheçam outros cultos. Na minha opinião, isso revela temor de que suas falhas e a fragilidade de seus princípios se tornem patentes. Se fossem religiões de nível muito elevado, nada temeriam. O adepto que, ao examinar uma nova crença, se convence da excelência da que já adotou, mais solidifica sua fé.
É bom, contudo, estar ciente de que também os espíritos malignos podem promover milagres, a fim de iludir os menos esclarecidos, aprisionando-os com dogmas e superstições. Em tais casos, no entanto, os resultados logo se manifestam: sofrimentos sem solução, que muitos interpretam, erroneamente, como provações necessárias a que estão sendo submetidos. Estes sofrimentos persistem, apesar de todos os sacrifí¬cios e orações fervorosas. As promessas, os jejuns, as privações, as penitências, etc., revelam-se totalmente inúteis. Diante de tal situação, inúmeras pessoas julgam-se abandonadas por Deus e afastam-se da Fé, caminhando para uma infelicidade maior.
Na religião que cultua somente a Deus, Criador do Universo, os fiéis podem, inicialmente, ser atingidos por doenças e infortúnio; entretanto, vencida essa fase de purificação das máculas, a situação será sempre melhor do que a anterior. Deus recompensa aquele que obtém resultados ao trabalhar no sentido de beneficiar a humanidade.
Aproveito o ensejo para prevenir o leitor contra o velho conceito: “Não importa qual seja a crença, contanto que se creia”. Isso é completamente errado. O objetivo da Fé deve ser única e exclusivamente Deus. De Sua adoração provém a Luz que dissipa as máculas do ser humano. Se, mediante vantagens iniciais, o homem crê em qualquer coisa, há influências malignas que o pervertem e degeneram. Nessa questão fundamental, a maioria não distingue o certo do errado. Por isso, quase sempre as graças são passageiras e acarretam mais desgraças do que felicidade.
Tratei deste assunto para que aprendam a distinguir a Verdade, não se deixando iludir por falsas crenças.
25 de janeiro de 1949
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