Indo ao ensinamento...
Tudo que existe, inclusive o que se relaciona ao homem, é
regido pelo Tempo. A delimitação do apogeu e da decadência subseqüente, das
mudanças históricas, das definições do bem e do mal, da justiça e da injustiça,
tudo está subordinado a ele. Por esse motivo, o que agora é um bem daqui a
alguns anos poderá ser um mal, e aquilo que hoje é considerado verdade poderá
ser desprezado amanhã, por tornar-se falso. O passado nos mostra que as coisas
que atualmente estão no apogeu um dia infalivelmente entrarão em decadência.
Assim, pode-se dizer que não existe verdade nem mentira absolutas, havendo
mesmo um antigo provérbio que afirma que a justiça e a injustiça são como se
fosse uma coisa só. Ambos conceitos, sem qualquer sombra de dúvida, são
verdades.
Antes do término da Segunda Guerra Mundial, acreditava-se
que não havia nada superior ao amor e à lealdade à Nação e ao Imperador. Mas
como vivem, presentemente, aqueles japoneses que fizeram da vida um brinquedo?
O resultado foi completamente contrário ao que se esperava: eles vivem
agonizando sob trágico destino, de modo que o povo deve ter compreendido o
quanto eles estavam errados.
É claro que a reviravolta ocorrida no fim da guerra foi obra
do Tempo. A História não muito remota nos mostra outros exemplos. Com o advento
das inovações trazidas pela Era Meiji, todos os senhores feudais, assim como
seus serviçais e outros elementos da Era Tokugawa perderam suas posições. Até o
cargo de ministro de Estado foi assumido por um homem do povo, quase
desconhecido, o que lembra muito a situação atual. Mas como deverá ser encarada
a decadência das classes privilegiadas, como as famílias imperiais, os nobres e
os milionários? Naturalmente, como obra do Tempo. Segundo os ensinamentos da
fundadora da Igreja Oomoto, “nem Deus pode vencer o Tempo”. Esta frase encerra
uma profunda sabedoria e diz tudo. Por isso pensamos não haver nenhuma
inconveniência em afirmar que o Tempo rege tudo o que existe sobre a Terra.
Pelas razões aqui expostas, não posso deixar de pensar que
os homens precisam ter muito mais interesse por essa categoria absoluta
denominada TEMPO.
25 de junho de 1949
Nenhum comentário:
Postar um comentário